Friedrich Nietzsche foi um dos grandes pensadores do século XIX, que se destacou por sua filosofia contestadora e perspectiva crítica sobre a sociedade e a moral. Uma influência enorme em seu pensamento foi a música, que ele descreveu em sua obra como a mais elevada das artes. Dentre os compositores que admirava, um se destacava como o seu favorito: Richard Wagner.

Wagner e Nietzsche se conheceram em 1869 e a partir daí iniciaram uma relação de amizade e admiração mútua. Nietzsche ficou impressionado com as óperas de Wagner, que combinavam música, literatura e filosofia, e chegou a escrever que a música do compositor alemão era a única que podia satisfazer sua sede por vida.

A admiração de Nietzsche por Wagner também influenciou sua própria filosofia. Ele via na obra do compositor alemão uma forma de criar um mundo mais artístico e sublime, onde a essência humana pudesse ser consolidada pela música. Para Nietzsche, a música de Wagner representava a potência da vida, o movimento em direção ao futuro, a criação de uma nova humanidade.

No entanto, a relação entre os dois terminou de forma conflituosa em 1876, quando Nietzsche acusou Wagner de ter se perdido em ideias nacionalistas e anti-semitas. A partir desse momento, Nietzsche se afastou de Wagner e repudiou a ideia de que a música poderia ser moldada por uma política ou uma ideologia.

Mesmo assim, a influência de Wagner na obra de Nietzsche é inegável. Em Assim Falou Zaratustra, por exemplo, o filósofo faz referências às óperas de Wagner e cita O Anel dos Nibelungos como uma obra que representa a vontade de poder e a luta pelo domínio do mundo. Em outras obras, Nietzsche faz análises sobre a música e a arte em geral, mostrando como elas podem trazer mais sentido e profundidade à vida humana.

Em resumo, a música, e especialmente a de Wagner, foi uma das grandes inspirações para a filosofia de Nietzsche. Seu amor pela arte e pela beleza moldaram sua visão de mundo, e sua crítica à moralidade tradicional se baseava em uma perspectiva mais ampla, profunda e estética da existência humana. Assim, mesmo depois de mais de um século, a influência de Wagner continua a ser sentida na filosofia de Nietzsche e seu legado como um dos grandes pensadores de todos os tempos.